sexta-feira, dezembro 30, 2005

Hoje Ouvi-te!

Hoje ouvi-te!
Depois desse silĂŞncio ensurdecedor a que nos obrigaste, hoje consegui ouvir-te!
Entre gemidos - de dor ou de prazer –, entre gritos – de desespero ou de excitação -, entre palavras – duras ou suaves -, hoje ouvi-te!
Não entendi muito bem o que querias dizer, talvez não tenha feito esforço para ler nas entrelinhas dessa voz doce e bruta.
Sei que te ouvi repleto de magia, ouvi a música das tuas cordas vocais que me eleva, que me enterra, que me extasia e também me horroriza…
Sei porque conheço cada som, cada acorde dessa voz firme, mas meiga.
E lembro-me somente das palavras finais quando disseste: “Talvez um dia me voltes a ouvir… ou… Talvez seja hoje o último intervalo que fiz no silêncio que é nosso.”

aster

A Tua Prateleira

Arrumaste-me naquela prateleira mais alta e inacessível do teu coração.
Tentaste esquecer e deixaste-me ao pó e à solidão, sem pena…
Fui arrumada entre escombros e lamentos.
E ainda tenho dúvidas se conseguiste aquilo que ansiavas: ESQUECER-ME… Tenho dúvidas se as noites frias de Dezembro já não te lembram o meu cheiro e a minha voz; tenho dúvidas se quando fazes uma viagem já não te lembras do meu riso irreverente face ao exotismo e da minha vontade de provar isto ou aquilo…Será que agora, sem mim, continuas a provar o sabor do mundo? Tenho dúvidas!...

aster

Bom dia!

Bom dia!
NĂŁo respondes?
Por que choras?
Cara triste, olhos sem brilho, corpo sem expressão…
Bom dia!
Para ti parece tudo menos bom dia…
Inventarei formas de desenhar um sorriso nos lábios que vejo? Inventarei forma de devolver o brilho desses olhos? Haverá forma de hoje ser, para ti, um bom dia? Será que vais sorrir se eu contar uma piada ou se fizer uma careta parva?
Gostava que sim, gostava que fosse mais simples terminar com a desolação desse semblante teu!
Bom dia espelho, bom dia!!...

aster

Mundo

Sombras, luzes escuras
Por entre o mundo ingénuo,
Onde não há simplicidade,
Ingenuidade perspicaz
Onde nem sequer há paz.

Fujo, corro, escondo-me…
Tento esquecer o lamento
Do mendigo em qualquer rua
Procuro a falsidade,
A indiferença que traz felicidade.

O que posso esperar aqui?
Valerá a pena sonhar?
Problema, tristeza, ódio…
Rodeiam um coração de dor
Que apenas anseia amor…

aster

Por Momentos...

Assustaste-me por momentos
Quando nĂŁo vi os teus olhos,
Nem ouvi a tua voz
Quando quase se desvanecia o “nós”…

Fiquei meia sĂł, meia perdida
Aqui na escuridĂŁo dos sentidos
Quando nĂŁo davas notĂ­cias
E me ocultavas as carícias…

Mas sorriste novamente,
Voltaste a brilhar em mim.
Vieste e tocaste a fundo
E iluminaste este escuro mundo.

Sei que nĂŁo vais mais sair
Do aconchego do meu peito
Porque já não sei viver
Sem te sentir, sem te ver!

aster

domingo, novembro 20, 2005

Sei Quem És...

Sei quem Ă©s, sei o que trazes
Na ponta dos dedos a arte
Giras rodando e fazes
Um candeeiro de caco que nĂŁo parte.

Nos lábios o doce beijo
Sustentas e entregas no ar
Pousa em mim e traz desejo
De prender-me a ti e dançar...

És profundo, sensível, puro...
És vento suave do sul
Que faz belo o que Ă© duro,
Que repinta o meu céu de azul.

Trazes caminhos entre mĂŁos
Milares de terras, centenas de margens...
Levas-me contigo pelos chĂŁos
Onde existem rios e suaves paisagens.

NĂŁo me tragas de volta Ă  vida!
Deixa-me ficar nesse teu mundo
Onde a medalha recebida
É amar-te no teu fundo...

aster

Procuro Por Ti...

Procuro por ti
No cume da montanha,
Na profundeza do mar,
Na arte de um galho seco...

Procuro o teu cheiro
Na encosta quente e hĂşmida,
Na ponta dos dedos meus,
Na doçura que eu cerco...

Aí estás tu!
Com olhos de quem quer
Beber um pouco de mim,
Partir e nunca esquecer...

aster

quarta-feira, novembro 09, 2005

Meia perdida sem ti...

Fico meia perdida quando não estás aqui
Chamo pelo teu nome, procuro o teu corpo
NĂŁo te encontro, nĂŁo te vejo
�s vezes penso que nunca te vi...

Fazes-me sorrir com força e vontade
Por isso, teimo em dizer baixinho
Que aquilo que sinto por ti
É igual ao amor de verdade.

Convidas-me para entrar no teu mundo
Sinto a pintura dos teus dedos na minha pele
E fico assim num momento perfeito
Ă€ procura de quem tu Ă©s no teu fundo.

Acordo para um novo dia estrelado
Sem medos, sem dĂşvidas, sem porquĂŞs...
Somente espero que chegua a hora
Em que estejas, pelo tempo, ao meu lado.

Quem Ă©s? Diz-me o teu desejo!
O que prende o teu coração ao meu?
Por agora, esqueço o mundo e as pessoas
E peço-te, eternamente, mais um beijo...

aster

Fica Um Pouco Aqui

Fica por aqui,
Não vás embora já!
Dá-me mais um beijo,
Dá-me mais um momento
E fica comigo no teu pensamento.

NĂŁo partas agora,
NĂŁo me deixes assim!
Abraça-me outra vez,
Procura-me em ti...
Fica um pouco aqui!

NĂŁo saias do meu lado,
Não me ofereças a ausência!
Acorda o meu corpo,
Acorda e faz vibrar
A sede de te amar...

aster

sexta-feira, novembro 04, 2005

O Que Eu NĂŁo Posso Dizer...

NĂŁo posso dizer que te amo
NĂŁo posso dizer porque tu nĂŁo queres
Mas, no fundo, sabes entender
O que eu nĂŁo posso dizer.

Pedes-me silĂŞncio,
Impedes que eu diga mais
Mas Ă© teu o pensamento
E eu calo-me por um momento.

Por que nĂŁo queres que eu diga?
Tens medo que eu te minta?
Tens medo que ao dizer
O que sinto possa morrer?

Por mais que diga "amor",
Por mais que grite "amo-te"
A palavra nĂŁo se gasta,
O sentimento nĂŁo se afasta...

Por mais que diga "amor",
Mesmo se mil vezes disser,
O que sinto nĂŁo vai findar
Persisto no verbo amar...

aster

Saudade...

Saudade do teu corpo doce
Junto ao meu, no amor que o diz fez...
Saudades antes de partires,
Tanta saudade que nem a vĂŞs...

O desejo Ă© ter-te aqui
Mesmo num beijo ténue e fugaz
Porque simplesmente o teu toque
Me traria de novo a paz.

Resta-me esperar pelo tempo
Em que o amor possa, enfim, voar
E os abraços sejam para sempre
E todos os dias sejam um começar...

Resta-me esperar pelo "sim"
Pela palavra replecta de magia
Que faça sorrir o meu coraçao
E mude a solidĂŁo do meu dia...

aster

segunda-feira, outubro 10, 2005

Perdeste...

Perdeste-me entre palavras de dor
Nada ficou no meu lugar
Que pudesse fazer lembrar
O tempo em que te dei amor

Perdeste-me entre gestos cruéis
E nada do que possas dizer
Vai fazer voltar a aparecer
Os dedos em vez dos anéis.

Perdeste-me entre memĂłrias de fumo
E nada te vai fazer pensar
Como costumavas amar
Quando éramos um só mundo…

aster
Bebi o veneno que me deste
Mas sabia que era veneno o que me ofereceste.

Vieste belo com passos subtis
Deste-me um cálice com licor azul
Sabia que me queria ver morta,
Sabia que nĂŁo me querias aqui
E, para te fazer a vontade,
Peguei no cálice e bebi.

Uma dor percorreu-me o corpo
Desmaiei e tu olhavas-me
Foi o veneno azul da morte
Que me ofereceste na noite fria
E sorriste enquanto dizias:
“Este licor é uma maravilha!”

E viste a respiração a partir
E os meus olhos fecharem
Sem forças sucumbi no chão duro
E nem um beijo de adeus vieste dar
Viraste costas e saĂ­ste
Como se nada se estivesse a passar.

Bebi o veneno que me deste
Mas sabia que era veneno o que me ofereceste.

aster

Nunca me soubeste dar...

A brisa levou-me o cabelo negro
Senti o frio no rosto e no peito
Parti dali
Fui buscar um pouco de calor,
Talvez um pouco de amor
Que nunca me soubeste dar.

Perdi-me na escadaria dos porquĂŞs,
Encontrei-me na esteira da dĂşvida
E dormi com o ciĂşme como companhia
SĂł queria uma palavra doce,
Um beijo, por mais falso que fosse,
Mas tu nunca me soubeste dar.

Colhi mil flores de mil perfumes,
Abri os jardins do pensamento
E entrei nos pátios que não conheces
Talvez para me perder
Ou, simplesmente, para esquecer
Tudo o que nunca me soubeste dar.

aster

quarta-feira, setembro 21, 2005

Amor Perdido

Canto a dor que me deixaste
Por nĂŁo me deixares amar-te,
Por me afastares de ti.
Fiquei sĂł, fiquei aqui
Meia perdida e meia achada
Simplesmente, sem ti…

SĂł queria que entendesses
Que o que sinto Ă© real
NĂŁo Ă© fascĂ­nio ou paixĂŁo
É mais fundo do que o chão
E eu nĂŁo consigo sorrir
Porque te trago no coração.

Estou em pleno desatino
Já nem sei mais onde vou
Se nĂŁo posso estar contigo
Nem apenas como amigo
O que ando aqui a fazer?
Se não posso estar contigo…

Amo-te!
Entende isto por favor!
E nada que digas ou faças
Pode apagar o amor…

aster

quarta-feira, setembro 14, 2005

Luz

No final revi a luz, a luz que estava escondida por entre as brumas daquela noite escura. A ferida sarou e o sangue cessou de correr na minha pele cansada. A luz que vi queimou as minhas retinas que já se tinham habituado ao breu. Abri devagar os olhos estonteados e vi-te. Já não eras mais sombra…agora eras luz resplandecente que cercava e iluminava todo o meu ser.
A tua luz falou comigo, perguntou-me o nome, perguntou-me por que eu gostava tanto de azul e prometeu-me protecção. Que luz linda…que lindo que és!
A tua luz quis conhecer-me, mergulhar no que eu sou, quis salvar o meu instinto, penetrar a minha imaginação. Que luz linda!
E cantei assim quando te vi:


Dá-me a tua luz!
Essa luz que me envolve,
Que me sossega a agonia
E me ilumina de dia…
Dá-me a tua luz!

Dá-me essa luz!
Que Ă© tĂŁo bela e segura
E me eleva no amor
E apaga o meu temor…
Dá-me essa luz!


E cantei vezes sem conta enquanto te aproximavas. Tu sorrias e a luz ficava cada vez mais intensa.
NĂŁo consegui tocar-te mas senti o teu calor e tu embalaste-me e nĂŁo mais me deixaste perder a escuridĂŁo!
Continuo a sentir-te e vou sentir-te para sempre num sentir eterno…

aster

Amo-te...

Amo-te
Porque fizeste nascer vida em mim
Envolveste-me com a tua rebeldia
Tomaste conta de mim na noite fria
E deste-me o calor que tinhas em ti

Amo-te
Porque novamente acredito
No mundo e nas pessoas
Mesmo nas coisas menos boas
Fizeste sair de mim o grito.

Amo-te
Porque me mostraste as cores
Do céu, do mar e da terra
E de um mundo sem guerra,
Sem lágrimas e sem temores.

E por isso canto o amor,
A vida, a luz, a alegria
Que me deste nesse dia
Em que senti o teu calor.

aster

terça-feira, setembro 13, 2005

Cresce Dentro de Mim...

Cresce dentro de mim
E tira-me a angĂşstia e o medo
Que me apertam por dentro
Neste meu sofrimento.
.
Vem acalmar a alma rebelde
Que se move inquieta
E traz-me a paz, a bênção
De seres mais do que ilusĂŁo.
.
Esconde-te no meu peito
Devagar, com muita calma
E envia-me um sinal aberto
Para um sorriso descoberto.
.
Canta para mim
Embala o meu ouvido
Embala a minha alma
Num fá sustenido
Sem pressa, com calma…
.
Dança comigo
Recebe o que Ă© meu
Descobre todo o meu ser
NĂŁo sou mar que te perdeu
Sou onda, sou lenha a arder…
.
aster

sexta-feira, julho 15, 2005

Tenho medo...

Tenho medo desta falta de amor, deste grito que trago abafado nas entranhas e que ecoa nas profundezas do ser que sou eu. E tenho medo das vozes que me despertam a meio da noite e repetem vezes infinitas que a solidão é a única almofada que eu posso abraçar. Tenho medo todas as manhãs quando abro a janela porque sei que nenhuma bela paisagem me poderá trazer de novo o sentimento.
Procuro um corpo quente, que me faça arrepiar, que me possua a inquietude dos gestos e me faça lembrar como é bom sentir... Embriago-me na solidão e no não-sentir; embriago-me na negação do amor... Oh mundo, não consigo amar; Oh, vida, não posso sentir!
Pensativa e presa em galhos secos que crescem por dentro das cortinas transparentes dos meus olhos, sinto as lágrimas sem sabor a escorrerem pela minha face. As lágrimas caiem e trespassam os meus lábios mas já não são salgadas, são como pingas de agua de nascente que perderam todas as propriedades específicas de mim. Pergunto à parede porquê, pergunto á cama porquê... Porquê?... Porquê???...
Componho um álbum de recordações na minha mente e começo a ver as fotografias alegres e coloridas dos tempos antigos quando as lágrimas ainda sabiam ao sal, quando as lágrimas ainda sabiam a mim. É o meu álbum azul, é o meu álbum de todas as cores possíveis e imaginárias. Vejo uma criança pequena que inventava histórias e nunca gostou d brincar com bonecas... Vejo uma miúda apaixonada pela primeira vez, que perdia o apetite e passava a vida a sorrir sem ninguém saber porquê... Vejo tanta coisa doce, tantos sentimentos sublimes e insubstituíveis... Vejo o mundo colorido na hora do amor, na hora em que tudo o mais se esquece e são exaltadas todas as formas belas e perfeitas que compõem a história do sentimento mais puro... Custa-me fechar o álbum de todas as cores e cair em mim presa neste quarto, agarrada à frieza destas quatro paredes, à desilusão que transborda, agora, em todos os sorrisos e mimos.
Já não sinto os lençóis a roçarem na minha pele dorida, já não te sinto a espetar facas afiadas nas argolas que sempre protegeram o meu sentir e a anestesiaram de tal forma que ele teima em não acordar. Será que ele um dia vai acordar? Será que tu sabes que é tua a culpa do meu sentir anestesiado? Não tinhas o direito, não tinhas o direito! Raios te partam porque me mataste, porque me tiraste a ilusão, porque me roubaste a beleza e a fé na arte, nas pessoas e nos sentimentos. Raios te partam!
Só me deixaste este medo, este sufoco; só me deixaste esta mancha, esta nódoa no ser que eu não conheço e que sou eu...
E tenho medo...tenho medo de nĂŁo mais amar...
.
aster

Medo...

Tenho muito medo
Fico trémula, fria
Rodopio no meu desespero
Só porque não posso amar…
Mergulho no sangue
Perco-me nas imensas linhas
Das minhas mĂŁos
Sinto o medo de me dar…
.
Embarco na fraqueza
Que reflecte nos meus olhos
Navego na sombra
Do céu colado no chão
Suspiro o desconforto
E minto ser feliz
Compro um sorriso
Corrupto e sem razão…
.
Deslizo no muito pensar
Nada mais tenho que o medo
Que me diz em doloroso segredo
Que eu já não posso amar…
.
aster

Caminho na noite incerta

Caminho na noite incerta
O coração vai vazio
E frio…
Bruma, névoa encoberta…
.
Escondes-te de mim
Desvaneço na luz
Que seduz
O vazio sem fim…
.
NĂŁo te vejo,
NĂŁo te encontro
E confronto
O vazio do teu beijo…
.
Caminho na noite incerta
Um pedaço de terra
Uma pedra
Talvez uma porta aberta…
.
aster

domingo, abril 10, 2005

Minhas MĂŁos

Percorre as minhas mĂŁos!
Sente como estĂŁo frias!
SĂŁo duras, grossas...
Estas mĂŁos nĂŁo foram feitas
Para dar amor.
Estas mĂŁos nĂŁo sĂŁo receitas
Para a tua dor.

Sente o toque áspero!
E vĂŞ estas mĂŁos frias,
Escuras do quente sol.
Estas mĂŁos sĂŁo tuas
Apesar de nĂŁo terem beleza
SĂŁo duas mĂŁos duras
Na busca de uma certeza...

E com estas duas mĂŁos frias
Semeio estrelas no quintal
E fico á espera do final
Para brilharem no chĂŁo.

aster

Deixa-me Ficar!

Penetro no ser que Ă© teu
E voo para lá da Terra,
Para lá do céu...

Penso em ti,
Tento procurar
Uma forma, uma maneira
De chegar...
Chegar mais longe que a razĂŁo,
Mergulhar na ilĂ­cita sabedoria
Que Ă© tua,
Que Ă© dura
E Ă© rio, corrente quieta...

Deixa-me ficar
E viajar no teu mundo
Até ao teu profundo mar!

aster

Eu Para Ti

Prazer de ser
Mais do que tudo para ti...
Prazer de dar
O mundo todo aqui...

Fico no mundo
NĂŁo posso daqui sair
A alma descoberta
Sem conseguir sorrir.
Procuro descobrir,
Entrar na porta aberta
Conhecer o fundo...
O fundo que Ă© teu!

E poder ser
Mais do que queres amar
E poder repartir
O sol e o luar...

A mim mesma

Por entre os teus cabelos pretos
Que voam ao sabor do vento
Contam-se amores mil
Que te deram o alento...

No fundo desses teus olhos
Que brilham e quase falam
Há um segredo por contar,
Há questões que te assolam...

Entre as pequenas mĂŁos
Seguras, inteiro, o mundo
Não te cansas de levá-lo
E de vivĂŞ-lo a fundo...

Nos teus lábios uma canção
Na tua boca a alegria
De nĂŁo perder o sentir,
De viver o dia a dia...

aster

Adeus...

Falo...
Mas nĂŁo percebes o que digo.
Calo-me...
E pedes-me para falar.
Se soubesses o que custa,
Se soubesses o preço das palavras...
SĂł falo porque me pedes,
SĂł falo por te amar.

Abraças-me...
Mas nĂŁo me tocas a alma.
Beijas-me...
Mas nĂŁo me penetras o ser.
Sou fria, sou pĂł
E nada do que tu faças
Pode fazer mudar
A minha forma de viver.

Adeus...
Nada mais há para nós.
É o fim...
Tenho hoje que partir.
Não peças para ficar
Sabes que o meu mundo
Me chama e grita por mim
SĂł te resta desistir.

aster

O Dia Clareou

O dia clareou azul:
A cor que faz
Quando tudo está bem.
A noite acabou
Meu corpo já não jaz
De novo sou alguém!

Se alguém te perguntar
O que me aconteceu
Diz que foi o vento
Que me levou a alma
E de sangue a encheu
E tirou o sentimento..

Mas agora tudo Ă© luz
O sol brilha no céu
Acordei, olhei o espelho
Sou de novo eu!

aster

terça-feira, março 01, 2005

Belo...

És belo,
Permaneces belo...
E amo-te,
Amo a tua beleza!
E fico nesta incerteza
Sem saber o que sentir
Das pedras sinto a dureza
Do chĂŁo sinto o sabor
E isto tudo eu passo
P´ra ter um pouco de amor...

És belo
E belo sempre serás
E amo-te,
Amo a forma como falas
E o meu corpo embalas
Num luar de fantasias
As minhas tristezas calas.
Das nuvens sinto o cheiro
E do sol sinto o calor
Na paixĂŁo desse teu beijo...

aster

Sabes Quem Sou?

Sabes quem sou?
Sou nota em partitura
Sou ciĂşme, sou loucura
Sou aquilo que te dou.

O que queres de mim?
Nada mais te posso dar
Que o desejo de te amar
Nesta vida e noutra, enfim..

NĂŁo quero estar aqui
Quero voar no teu mundo
Penetrar nele bem fundo
E ficar perto de ti.

Sabes quem sou?
Sou alma que já é tua
Selada, meiga e pura
Sou alguém que te amou...

aster

Pudesse Eu Descrever...

Pudesse eu descrever
Este estranho sentimento
Que tem princĂ­pio em mim
E em ti tem o seu fim...

Escrevo e tento saber
Aquilo que quero que saibas
Perco-me na estrada escura
Procuro uma pista tua.

Pudesse eu descrever
A luz que me transmites
Quando não estás ausente,
Quando Ă©s quem me pertence.

Mas eu fico sem palavras
Fico muda e a tremer
Quando tento explicar
Esta forma de gostar.

E tu vens mais uma vez
E levas-me ao ParaĂ­so
Nas ondas do teu sorriso
É isto o amor?
Talvez...

aster

O Presente

Um presente te ofereço
O pacote Ă© dourado,
Tem uma fita vermelha
Cor do sangue!
Vai lá dentro uma peça
Delicada, por sinal
É um copo de cristal.
Um copo cheio de nada,
Um copo vazio de tudo.
Preenchido de coisa nenhuma.
É um copo especial
Para brindares a mim,
A ti, a nĂłs,
Ao mundo, enfim...

Neste copo de cristal
Vai o meu coração também
Na esperança que o bebas
E o cuides muito bem.

Recebe, amor, a prenda!
Recebe o que te dou!
Um copo para brindar
Um coração que amou...

aster

PaixĂŁo, Luz, Desatino

PaixĂŁo, luz, desatino
Capricho, desejo teu
O meu corpo no teu perdido
Pintura, pedaço de céu...

Acabo este café curto
Vejo o mundo Ă  minha frente
O teu coração eu furto
És passado e és presente...

O que ficou?
Imagem do que já fui
Figura que já amou
Açúcar que se dilui...

Quem és tu p´ra mim?
Desejo apertado no peito,
PaixĂŁo que nĂŁo tem fim
Flor, amor-perfeito!

aster

Amor...

Amor,
Quando te vejo
A noite acaba
E a luz brilha aqui!
Amor, quando te toco
Tudo se transforma
Por aquilo que sinto por ti!
Amor,
Quando te beijo
O mundo Ă© azul
E as estrelas piscam
Todas ao mesmo tempo
Como se soubessem
Do nosso sentimento...
Amor,
Quando estou contigo
Até o deserto
Arranja companhia
E a manhĂŁ resplandece
Num sorriso que eu amo
Num abraço que me aquece...

aster

O Espelho

O dia clareou azul:
A cor que faz
Quando tudo está bem.
A noite acabou
Meu corpo já não jaz
De novo sou alguém!

Se alguém te perguntar
O que me aconteceu
Diz que foi o vento
Que me levou a alma
E de sangue a encheu
E tirou o sentimento..

Mas agora tudo Ă© luz
O sol brilha no céu
Acordei, olhei o espelho
Sou de novo eu!

aster

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

Palavras ao Vento

Palavras ao vento
As que te digo agora
Por dentro a alma chora
É meu este lamento.

Palavras cruéis e duras
Brancas, negras, sem cor...
Palavras sem amor
Palavras que nĂŁo sĂŁo tuas.

Palavras que de mim saem
E que me fazem falar
Me prendem ao soletrar,
Me prendem a esta margem.

Palavras que me destruem
Num triste mas doce lamento
Que matam neste momento
E que na boca morrem.

Palavras ao vento estas
Que digo hoje e p´ra sempre
Que saem da minha mente
De encontro Ă s tuas arestas...

aster

Lamento

Se a minha vida Ă© esta
O que me prende aqui?
Não sei o que faço agora
Que a realidade vi

Deitei tudo a perder
E perdi-me a mim também
Sou nuvem de poeira
Eu sou ninguém...

Não há outra solução
Nem outra porta aberta
Quando tudo se acaba
Nem mesmo a alma desperta
Fico assim nesta muralha
Sem ter meu um sentimento
Já não é hora de chorar
Já não é hora de lamento.

aster

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Barco, Barquinho...

Barco que andas no mar
Ajuda-me a entender
A gentes, o tempo e o vento
Ajuda-me a ir e a ver.

Barco que navegas aĂ­
Leva-me numa viagem
Ajuda-me a nĂŁo naufragar
E a chegar Ă  outra margem.

Barquinho de papel
Vem ver o meu parecer
Vem ouvir a minha histĂłria
Ajuda-me a crescer.

Barco com pernas humanas
Acompanha o meu brincar
Ajuda-me a entender
A ir e a voltar

Barco que devaneias
NĂŁo me metas na confusĂŁo
SĂŞ com o meu pensamento
Lê este meu coração.

aster

domingo, janeiro 23, 2005

Mil Janelas

Mil janelas caiadas
EstĂŁo dentro do meu peito
SĂŁo janelas fechadas
São vidraças desgastadas
Paisagens sem jeito...

SĂŁo mil janelas brancas
No lugar do coração
Janelas sem esperanças
De saudades mortas tantas
As mil janelas no chĂŁo

Janelas Ă© o que tenho aqui
Tudo o que tenho sĂŁo delas
Com vistas que eu nunca vi
Paisagens que nunca senti
Sozinhas, tristes e belas.

aster

O SilĂŞncio...

Num emaranhado de palavras
Surge o silĂŞncio
É a palavra sem som
Que vibra sem se sentir
É uma nota sem som
É uma boca a sorrir.

Neste livro que hoje leio
Faltam as palavras, amor!
Tudo o que existe Ă© a imagem
Do teu abraço apertado
Em que Ă©s mais que miragem
Ou sombra do meu passado.

É o silêncio de quem ama
Sem querer assim o coração
É a palavras silenciosa
Nos lábios de quem a não diz
É a vontade teimosa
De viver e de ser feliz...

aster

Ouve amor!

Ouve amor!
Quando me beijas
O mundo fica suspenso
A terra fica colada ao céu.
Quando me tocas
Tudo o que eu sou
És tu e é teu...
Ouve amor!
Quando sinto a tua mĂŁo
O mar mistura-se
Com a areia
Numa relação proibida,
IlĂ­cita, arriscada
São um só em maré-cheia...
Ouve amor!
Quando vejo o teu sorriso
O vento sopra no deserto
E dorme no seu regaço...
Calmamente fecho os olhos
E adormeço também
No calor do teu abraço...

aster

sábado, janeiro 22, 2005

Lembro...

Lembro-me dos tempos passados
Fico-me num pranto profundo
Ouço os soluços abafados
Que parecem ser maiores do que o mundo.

Lembro-me da gente que sente
Do azul que tinha o céu então
Agora tudo parece que mente
Já ninguém tem lá dentro o coração.

Pergunto-me o que me fez ficar
Por que nĂŁo fui com os que foram
Tento a minha alma confortar
Com lagrimas que dos olhos caĂ­ram.

E sinto o peso do mundo em mim
Sinto que está cru e sem sabor
Quando terá o pesadelo fim?
Quando virá enfim o amor?

aster

quinta-feira, janeiro 20, 2005

Tudo Isto que Aprendi

Tudo isto que aprendi
Foi nĂłdoa que conheci
Pelo triste caminhar...
E p´ra dizer a verdade
Já não tenho a vontade
De um dia cá voltar...
És o passado que espera
És a dor que desespera
És tudo o que não é meu.
És paixão que desatina
És a água cristalina
Que no monte se perdeu...
Secas o meu sentimento
Peço-te mais um momento
Para poder entender...
Reconheço que errei
Mas sĂł a ti te mostrei
O que nĂŁo pudeste ver...
E agora fico assim
Ă€ espera do teu fim
Serás meu quando findares...
Enquanto vivo estás
Eu morro no que me dás
Sem tu te acreditares...

aster

Quem Ă©s?

Essa tua forma de ser
NĂŁo me deixa compreender
Se me dizes a verdade...
O que queres tu de mim?

Tu nĂŁo me deixas falar
Nem se quer explicar
NĂŁo vĂŞs a realidade...
Quando é que isto terá fim?

Esse olhar, esse sorrir
Podem o mundo colorir
SĂł de puro sentimento...
És lua, sol ou estrela?

O que tens, isso Ă© teu
Tudo o resto se perdeu
NĂŁo vale a pena o lamento
A vida já não é bela...

aster

Aroma Fresco de Dezembro...

Aroma fresco de Dezembro
Trazes o cheiro da saudade,
Cheiro do choro e do alarido
Afastas e pendor da verdade.
Esse aroma faz-me pensar
Em estar desperta e rever
Tudo o que Ă© vida,
Tudo o que Ă© estar,
O que Ă© ganhar e perder.
Aroma fresco de Dezembro
Tanta falta de quem não está
As lágrimas e as fontes,
A água com sal
Que dos olhos brota
Que esconde o mal
Ajuda-me, aroma, a encontrar
O perdido que está
O achado que nĂŁo vem...
Ajuda-me a procurar
O pensamento deserto,
O cantar desatinado,
O viver no encoberto.
Aroma fresco de Dezembro
Faz-me perceber o olhar
O mar, a terra, a chuva
O cheiro que vem no ar...

aster

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Sou...

Sou suspiro abafado,
Sou lembrança do passado
E o que faço aqui?

Sou um segundo no tempo,
Sou uma gota, um momento
Onde foi que me perdi?

Caminho sobre a calçada,
Na alma nĂŁo trago nada
Está vazio o coração.

Dou passos desalinhados.
Lembro mil beijos trocados,
A imagem duma paixĂŁo.

Já nada tenho a perder,
Isto já não é viver
Sou um pedaço de mim.

No corpo que nĂŁo Ă© meu,
Sou alma que se perdeu
Sem princĂ­pio, meio ou fim...

aster

Beijo

Dá-me só mais esse beijo
Esse beijo sem sabor
Talvez me faça lembrar
O que Ă©, afinal, o amor.

Mais um beijo, eu imploro!
E esse beijo sem alma
Talvez me faça lembrar
A tua fogueira sem chama.

É um beijo o que eu te peço
SĂł isso quero de ti
E nesse beijo espero
Lembrar o que já esqueci.

Dá-me esse beijo fugaz
Que dura sĂł um momento
Nada mais te vou pedir
Um beijo sem sentimento...

E esse beijo vai ser
SĂł o que tu me vais dar
Depois do beijo mais nada,
Mais nada te vou tirar.

aster

Procuro...

Procuro encontrar
Uma forma, um lugar
De deixar esta dor
Que causa a falta de amor.

Procuro ser e atingir
Um sĂ­tio perto do mar
Onde possa pedir
Para a minha força voltar.

Procuro ser e conhecer
Um mundo amargo e cruel
Quero cada dia aprender
Que a vida nĂŁo Ă© sĂł mel.

Procuro nadar e buscar
Aquilo que ainda nĂŁo tenho
Quero, também, encontrar
Um mundo que seja mais terno.

Procuro compreender e amar
Aquilo que nĂŁo pode ser compreendido
Aquilo que nĂŁo pode ser amado
Aquilo que nĂŁo pode ser vendido!

aster

terça-feira, janeiro 18, 2005

Amor...

Minhas palavras nĂŁo ditas, amor
Relembra agora,
Meus suspiros engolidos
Escuta agora,
Meus beijos guardados
Recebe agora
E tudo o que eu sou, amor
Pega e leva agora
NĂŁo te lembres de pousar
NĂŁo te canses de levar.
Minhas frases mal ditas, amor
Esquece agora,
Meus actos cruéis e duros
Ignora agora,
Minhas ansias guardadas
Desperta agora
E tudo o que te alegra emmim
Pega e leva agora
NĂŁo te lembres de pousar
NĂŁo te canses de levar.

aster

segunda-feira, janeiro 17, 2005

ImpossĂ­vel...

Anseio pelo impossĂ­vel
Por aquilo que não há,
Por um amor prometido
Por um sentimento esquecido...
Que batalha sem perdĂŁo
Na guerra do tudo e do nada
Na batalha das memĂłrias
Na lida da vida e da morte,
Da razĂŁo e da sorte.
Luto por causas perdidas
Sei que nĂŁo vou vencer
Luto por coisas vendidas
Por pessoas sem um ser
Ando aqui neste enlace
Nesta vida de mentiras
Que Ă© uma verdade sĂł
Abro os olhos e vejo o que há
No meu coração há um nó,
Na minha alma esta o laço...
Tudo se encaixa
Ă€ medida que penso
E volto a pensar no mesmo
A verdade está lá
PercebĂŞ-la Ă© o desafio!

aster

domingo, janeiro 16, 2005

Flor de Inverno

Flor de Inverno
Que cresces por entre as pedras
Vê este meu coração,
Ouve esta minha oração
Que todos em toda a parte
Possam ver assim
Uma flor a crescer
Que todos possam assim
Ver a Natureza a viver
Que todos possam achar
A beleza simples
Do sorriso duma pequena flor
Que todos possam ter
Uma flor como confidente
Como eu tenho esta flor
Esta minha flor de Inverno

aster

Noite Eterna

Mais uma hora passou
E nada para fazer
Tédio é só o que há
O que envolve todo o meu ser!
TĂ©dio e solidĂŁo
SolidĂŁo de nĂŁo te ter...
Se ao menos visse na noite
A pureza de um luar
Mas sĂł a escuridĂŁo sombria
Brilha na noite
Sem luz e quieta.
Somente vejo o nada...
O vazio percorre-me
Sem como nem, porquĂŞ
Sem donde nem para onde
Sem nada, sem tudo.
É só vazio, morto, vago
E perde-se no orvalho...
O nada vejo e contemplo
A razĂŁo do nada ser
Tudo o que alcanço é
Esta noite negra e sĂł.
E a manhĂŁ que nĂŁo chega...
E a luz que nĂŁo vem
Aquecer o gelo que me envolve
Derreter o frio de fel...
Nada no nada tem prazer
Nada no nada sabe a mel
Choro, entĂŁo, gotas de orvalho
Que se juntam a outras gotas
E arrefecem a noite
E gelam o meu coração
E treme a minha alma
E tudo sem eu querer.
Vivo suspensa esta noite
Sem sono, sem sonho
Sem mim, sem eu
Sem tudo o que Ă© meu
SolidĂŁo por que nĂŁo foges?
Tristeza por que nĂŁo sais?
VĂŞ se te afastas agora
Ao som destes meus ais
Medo arrepia-me o corpo
EscuridĂŁo nua e crua
Tristeza fria,
Tristeza pura
Oh coração, coração!
A noite nĂŁo mais acaba
SĂł te resta a escuridĂŁo
Oh coração, coração!

aster

O Velho e o Rapaz

Ouvi um dia contar uma histĂłria
Sobre um velho e o seu netinho
O velho era um sábio sem destino
O neto uma criança sem memória.

Procurando algo que comer
Andavam de terra em terra
Fugindo de guerra em guerra
Para nĂŁo ter de sofrer.

Eram pobres, mas felizes
Não tinham bens de perdição
Tinham os bens no coração
E cultivavam as raĂ­zes.

Um era o mestre, outro o aprendiz
Eram os dois uma famĂ­lia numerosa
Um tinha uma alma caridosa
O outro um sorriso feliz.

Nunca tristes os acharam
Sempre tinham o que oferecer
Sem a sua alma vender
E muitos lhes ofertavam.

Descalços de pés andavam
E trapos eram as suas roupas
Tinham coisas muito poucas
Mas sempre de bem estavam.

Um dia o velho morreu
E o rapaz sĂł ficou
Nem por isso o sorriso se apagou
E continuou o caminho seu.

O que o rapaz contava
Muitos paravam para ouvir
HistĂłrias de chorar e de rir
Coisas que a muitos confortava.

O rapaz lembrava sempre
O seu avĂ´ e seu mestre
Que sempre lhe era preste
E lhe fez crescer a mente.

E até a morte o chamar
Muitas vidas fez sorrir
Este rapaz que era o amar
Este velho que era o sentir.

aster

Palavras ao Vento

Porque falar é importante e às vezes temos tanto que dizer, passou-me pela cabeça criar este blog para que todos possam falar. No fundo, isto será um depósito de "palavras ao vento". Aqui tudo é permitido, sem joguinhos nem tabus. Sintam-se completamente a vontade para fazerem os vossos comentáriose... desabafem!! :) Quero que este seja um "lugar" de reflexão e de incursão à alma e ao que vai dentro de nós que somos muito mais que seres, somos pessoas, pois claro!
Abraço forte,

Vera