domingo, janeiro 16, 2005

O Velho e o Rapaz

Ouvi um dia contar uma histĂłria
Sobre um velho e o seu netinho
O velho era um sábio sem destino
O neto uma criança sem memória.

Procurando algo que comer
Andavam de terra em terra
Fugindo de guerra em guerra
Para nĂŁo ter de sofrer.

Eram pobres, mas felizes
Não tinham bens de perdição
Tinham os bens no coração
E cultivavam as raĂ­zes.

Um era o mestre, outro o aprendiz
Eram os dois uma famĂ­lia numerosa
Um tinha uma alma caridosa
O outro um sorriso feliz.

Nunca tristes os acharam
Sempre tinham o que oferecer
Sem a sua alma vender
E muitos lhes ofertavam.

Descalços de pés andavam
E trapos eram as suas roupas
Tinham coisas muito poucas
Mas sempre de bem estavam.

Um dia o velho morreu
E o rapaz sĂł ficou
Nem por isso o sorriso se apagou
E continuou o caminho seu.

O que o rapaz contava
Muitos paravam para ouvir
HistĂłrias de chorar e de rir
Coisas que a muitos confortava.

O rapaz lembrava sempre
O seu avĂ´ e seu mestre
Que sempre lhe era preste
E lhe fez crescer a mente.

E até a morte o chamar
Muitas vidas fez sorrir
Este rapaz que era o amar
Este velho que era o sentir.

aster

1 comentário:

Uma estrela errante disse...

O poema Ă© lindo!
Vou adorar ler-te