domingo, janeiro 16, 2005

Noite Eterna

Mais uma hora passou
E nada para fazer
Tédio é só o que há
O que envolve todo o meu ser!
TĂ©dio e solidĂŁo
SolidĂŁo de nĂŁo te ter...
Se ao menos visse na noite
A pureza de um luar
Mas sĂł a escuridĂŁo sombria
Brilha na noite
Sem luz e quieta.
Somente vejo o nada...
O vazio percorre-me
Sem como nem, porquĂŞ
Sem donde nem para onde
Sem nada, sem tudo.
É só vazio, morto, vago
E perde-se no orvalho...
O nada vejo e contemplo
A razĂŁo do nada ser
Tudo o que alcanço é
Esta noite negra e sĂł.
E a manhĂŁ que nĂŁo chega...
E a luz que nĂŁo vem
Aquecer o gelo que me envolve
Derreter o frio de fel...
Nada no nada tem prazer
Nada no nada sabe a mel
Choro, entĂŁo, gotas de orvalho
Que se juntam a outras gotas
E arrefecem a noite
E gelam o meu coração
E treme a minha alma
E tudo sem eu querer.
Vivo suspensa esta noite
Sem sono, sem sonho
Sem mim, sem eu
Sem tudo o que Ă© meu
SolidĂŁo por que nĂŁo foges?
Tristeza por que nĂŁo sais?
VĂŞ se te afastas agora
Ao som destes meus ais
Medo arrepia-me o corpo
EscuridĂŁo nua e crua
Tristeza fria,
Tristeza pura
Oh coração, coração!
A noite nĂŁo mais acaba
SĂł te resta a escuridĂŁo
Oh coração, coração!

aster

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