domingo, fevereiro 05, 2006

A Lembrança de TI

Calmamente, abri a janela na esperança que, do outro lado, permanecesse um leve sorriso teu. Medi todos os meus gestos, como se fosse a última vez que tivesse a oportunidade de mover-me.
À lembrança, já cansada, vêm as palavras que proferiste quando inventaste a ideia da nossa solidão…foste cruel e duro…nem sequer olhaste nos meus olhos, nem sequer te interrogaste sobre o meu estado ao ouvir-te dizer que sentias o desgaste que te destruía vezes sem conta. Mas o amor, porventura, sofre desgaste? Achas mesmo que os sentimentos puros e verdadeiros (como os nossos) se esfumam como se de uma onda efémera se tratasse?
Enfim…impuseste-me a dor aguda com um molho de palavras amargas. Impuseste tudo aquilo que eu pensei que, ao teu lado, nunca poderia sentir.
Ficou o pó, a solidão… e isto é a lembrança completa que existe em mim da pessoa que ainda amo e que és tu.

aster

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