quarta-feira, maio 05, 2010

Inverno primaveril

Passo a passo... sem pressa, calco a areia, sinto a força e a brisa do mar.
Passo a passo... sem pressa, deixo presa a razão na brisa que explode no ar...
Passo a passo... sem pressa, seixo o céu ser o céu e eu aqui,
Passo a passo... sem pressa de chegar ao sítio onde parti.

Passo a passo...

quinta-feira, abril 02, 2009

Rua branca


A rua está branca

Não pura, mas branca

Coberta por uma intensa névoa

Que lhe dá o esplendor quase angelical

Da cândida manhã que vai passando.


A rua está branca

Esburacada, mas branca

Coberta de um pó ancestral

Que dela arranca todo o tormento

Da tarde, que lentamente vai pousando.


A rua está branca

Suja e torta, mas branca

Coberta por passos incertos

De gentes que erradamente a pisam

Na noite que a brancura vai matizando.


aster

terça-feira, agosto 19, 2008

Noites

Nas ruas sem o futuro,
Nas frentes desajeitadas
Das gentes perturbadas.
O fumo
Torna invisível
A expressão mais evidente
No fundo da multidão
Da gente.

A névoa das glórias passadas
Pedida para ocultar
As desgraças do presente
E a boa bonança ausente.

A penumbra do sonho aceso
Para impedir o pesadelo
Que empresta o desespero
Às nossas noites.

quinta-feira, março 27, 2008

Respostas

O que divide a esperança do melhor?
O que oculta a divindade do Amor?
Que palavras criam a dúvida do ser e do não ser?
E que criações colocam rasteiras quando pensamos que chegámos já ao final?
Que cortinas nos empurram para aquilo que sabemos não ser real?
Que teatros nos assaltam escondendo o que é verdade?
E menos questões? E para onde as respostas?

domingo, janeiro 13, 2008



Palavras ao Vento - Tempos de Mudança

E Tudo Muda... E Tudo São Ciclos!

E Tudo Muda

Sopra levemente em torno dos cabelos desgrenhados
O vento... sereno pelas manhãs, nas margens
Dos rios ainda mal acordados,
Por estas e outras viragens
Dos tempos...

Sopra a vontade de ir, seguir e caminhar com o
Tal vento, escavar até ao seu fundo
Procurando o meu/teu dom,
Neste inquietante mundo
Dos ventos...


aster

quinta-feira, abril 26, 2007

O fim já se não mais demora, não...
Acredito que este tenha sido o primeiro dos meus últimos pesadelos.

aster

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Coisas

Amanhecem-me coisas entre as m?os pequenas.
Coisas que, por vezes, n?o consigo agarrar (ou porque escorregam ou porque s?o ásperas demais ao toque). Apenas pedaços de nós, do que fomos, do que somos, do que seremos (talvez...) que fogem de mim, perdidos em locais inatingíveis das memórias.
Amanhecem-me coisas entre as m?os pequenas, cada vez que n?o te vejo a uma distância possível de envolver-te ou em um abraço terno, intenso e fugaz. Coisas que teimam em virar a esquina quando quase as apanho na minha corrida pelas lembranças apagadas pelo tempo impiedoso.
Apenas coisas que nos prendem, escritas por aí entre as gentes... Procuradas por quem quer ser feliz com o tempo que já passou. Coisas... coisas que tiraram algum sentido aos sentimentos do presente e que nos fazem viver só porque a vida acontece em nós, nada mais...
Nada mais... só coisas...